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@pedrotortamano em 19/03/2018

Ao olhar para a dívida de uma empresa, como defino se seus indicadores de endividamento são saudáveis ?

Análise de balanço

2 Respostas

@tiagoguitian em 19/03/2018

Mais votada

Esta é uma pergunta cuja resposta é fundamental para o investidor. Afinal, empresa só quebra porque tem dívidas.

Empresa sem dívida não quebra. Pode até fechar, se os acionistas liquidam a empresa (o que pode ser um final nobre), mas não quebra.

Se a empresa não quebrar, você já tem meio caminho andado para a empresa prosperar. E empresa que prospera cria valor aos seus acionistas.

Portanto, se você conseguir fugir de empresas que tem dívidas como um problema crescente, provavelmente você vai se dar bem, no longo prazo. Ou pelo menos, não vai se dar mal.

Primeiramente é importante lembrar que nem todo o endividamento é nocivo. Se a empresa capta recursos baratos e aplica em projetos mais rentáveis do que o custo de dívida, tomar empréstimo pode ser um bom negócio.

Portanto, o desafio é saber dosar o tamanho do endividamento. É aquela velha história: a diferença entre veneno e remédio é a dose.

Desta forma, o que eu busco é saber se o endividamento que a empresa possui esta respeitando o tamanho da dose que não irá matar a empresa.

Numa análise destes indicadores o que buscamos saber é se uma empresa tem capacidade de honrar seus compromissos financeiros com seus credores.

Para isso é preciso analisar duas frentes do balanço da empresa: a liquidez e o tamanho do endividamento.

Liquidez:

Às vezes a dívida pode nem ser tão grande, mas se vence no curto prazo e os ativos da empresa são de longo prazo, a empresa pode enfrentar um problema.

Eu busco por empresas liquidas, ou seja, aquelas que têm ativos de curto prazo maiores que os passivos de curto prazo.

Endividamento:

A empresa precisa ter condições de arcar com dívidas de longo prazo e de curto prazo.

Eu gosto de olhar dois indicadores: O DL/ PL (Dívida líquida sobre patrimônio líquido) e o DL / EBITDA (Dívida Líquida sobre EBITDA – que é uma proxy para a geração de caixa).

O ideal é que a empresa possua mais patrimônio do que dívidas. Portanto, que ela tenha um DL/PL < 100%. Se possível menor que 50%.

Além disso, busco empresas que tenham uma geração de caixa (EBITDA) inferior a 3x. Preferencialmente menor que 2x.

Obviamente estes são apenas indicadores, e muitas vezes é necessário avaliar se vale a pena abrir uma exceção a estes critérios. Pode ser que o patrimônio da empresa esteja subavaliado. Pode ser que a empresa tenha apresentado despesas não recorrentes que tenham impactado negativamente o EBITDA. Desta forma, as métricas podem ser impactadas e te levarão a uma conclusão precipitada.

Portanto, indicadores apenas indicam, não determinam. Por isso são chamados de indicadores.

 

  • @lucioizzo em 19/03/2018

    Uma forma de avaliar se a empresa está com um endividamento muito elevado é olhar para a relação de Dívida Líquida/Ebitda.

    Este indicador mede a solidez de uma empresa, ao identificar quantas gerações de caixa operacional estão comprometidas com os bancos.

    Considero que esse múltiplo deve ser inferior a 3x, acima desses patamares o endividamento começa a consumir a maior parte da geração de caixa operacional.

    O que pode indicar uma dificuldade da empresa em conseguir reduzir sua alavancagem no futuro.

    Além do endividamento, um fator do balanço que deve ser levado em conta é a liquidez corrente.

    Mede a capacidade de pagamento da empresa frente a suas obrigações de curto prazo.

    Chegamos neste indicador dividindo o ativo circulante pelo passivo circulante, o sinal de alerta deve ser ligado caso seja menor que zero.

  • @tiagoguitian em 19/03/2018

    Esta é uma pergunta cuja resposta é fundamental para o investidor. Afinal, empresa só quebra porque tem dívidas.

    Empresa sem dívida não quebra. Pode até fechar, se os acionistas liquidam a empresa (o que pode ser um final nobre), mas não quebra.

    Se a empresa não quebrar, você já tem meio caminho andado para a empresa prosperar. E empresa que prospera cria valor aos seus acionistas.

    Portanto, se você conseguir fugir de empresas que tem dívidas como um problema crescente, provavelmente você vai se dar bem, no longo prazo. Ou pelo menos, não vai se dar mal.

    Primeiramente é importante lembrar que nem todo o endividamento é nocivo. Se a empresa capta recursos baratos e aplica em projetos mais rentáveis do que o custo de dívida, tomar empréstimo pode ser um bom negócio.

    Portanto, o desafio é saber dosar o tamanho do endividamento. É aquela velha história: a diferença entre veneno e remédio é a dose.

    Desta forma, o que eu busco é saber se o endividamento que a empresa possui esta respeitando o tamanho da dose que não irá matar a empresa.

    Numa análise destes indicadores o que buscamos saber é se uma empresa tem capacidade de honrar seus compromissos financeiros com seus credores.

    Para isso é preciso analisar duas frentes do balanço da empresa: a liquidez e o tamanho do endividamento.

    Liquidez:

    Às vezes a dívida pode nem ser tão grande, mas se vence no curto prazo e os ativos da empresa são de longo prazo, a empresa pode enfrentar um problema.

    Eu busco por empresas liquidas, ou seja, aquelas que têm ativos de curto prazo maiores que os passivos de curto prazo.

    Endividamento:

    A empresa precisa ter condições de arcar com dívidas de longo prazo e de curto prazo.

    Eu gosto de olhar dois indicadores: O DL/ PL (Dívida líquida sobre patrimônio líquido) e o DL / EBITDA (Dívida Líquida sobre EBITDA – que é uma proxy para a geração de caixa).

    O ideal é que a empresa possua mais patrimônio do que dívidas. Portanto, que ela tenha um DL/PL < 100%. Se possível menor que 50%.

    Além disso, busco empresas que tenham uma geração de caixa (EBITDA) inferior a 3x. Preferencialmente menor que 2x.

    Obviamente estes são apenas indicadores, e muitas vezes é necessário avaliar se vale a pena abrir uma exceção a estes critérios. Pode ser que o patrimônio da empresa esteja subavaliado. Pode ser que a empresa tenha apresentado despesas não recorrentes que tenham impactado negativamente o EBITDA. Desta forma, as métricas podem ser impactadas e te levarão a uma conclusão precipitada.

    Portanto, indicadores apenas indicam, não determinam. Por isso são chamados de indicadores.

     

  • mar 2018
  • 19 mar
  • mar 2018